Começamos em Mérida as férias de Páscoa

Dias 24 e 25 de Março


Azeitão - "Emerita Augusta" (Mérida) 340 km
Mérida - Plasencia 198 km

Estas férias da Páscoa, fizemos de novo um passeio por terras de Espanha.

Saímos Sábado dia 24 de Março, a meio da manhã, pela estrada nacional, acompanhados de chuva miudinha e passamos a fronteira bem depois de um almoço tardio, algures a sul de Olivenza pois avistamos esta "nossa" cidade que ainda não conhecemos e ficamos com imensa vontade de a visitar!

Chegamos ao final da tarde e estacionamos no Parking Atarazanas, que fica muito bem localizado e central junto ao posto de turismo. Aqui fomos informados que já havia terminado a hora de visita aos monumentos mas poderíamos visitar o MNAR - Museu Nacional de Arte Romana que encerra às 21h e cuja visita aos sábados à tarde e domingos de manhã é gratuita.

Esta visita ao Museu foi um óptimo modo de iniciar a nossa incursão por esta bonita e acolhedora cidade, Património da Humanidade.

O MNAR possui uma grande colecção de obras como estátuas, pinturas murais, paineis de mosaico, moedas, jóias, pedras com inscrições, colunas e capitéis oriundos dos Teatro e Anfiteatros romanos e de outros monumentos onde no lugar destas foram colocadas réplicas, de modo a protege-las da erosão e com certeza de outros fómenos pouco lícitos.

Foi construido sobre uma zona de escavações que podemos visitar e nos pisos superiores podemos então ver as referidas peças. 

MNAR

Após a visita passeamos pelo centro da cidade e jantamos deliciosas tapas perto do Museu, no restaurante "Via dla Tapa".

A pernoita no parque foi tranquila e na manhã seguinte após o pequeno almoço, dirigimo-nos ao Teatro e Anfiteatro Romanos ali bem perto, junto ao Museu. Aqui compramos o bilhete que por 12€/pessoa permite a entrada em seis conjuntos de monumentos (Teatro/anfiteatro, Cripta de Santa Eulália, Alcazaba, Casa Mitreo/Columbarios, Zona Arqueológica de Morería e Circo Romano).

O Anfiteatro Romano

A sua construção foi planeada com a do teatro, pensa-se que foi inaugurado no ano 8 a.C. No anfiteatro celebravam-se lutas de gladiadores e entre animais ou entre homens e animais, estas, consta que eram as preferidas pelo público.

Com a oficialização do cristianismo o anfiteatro tal como o teatro foram sendo escondidos por terra e as zonas descobertas serviram de base para a realização de outras obras. A sua escavação iniciou em 1919.

Teatro Romano

Considerado o príncipe dos monumentos emeritenses, a sua inauguração remonta aos anos 16-15 a.C. e as suas escavações começaram em 1910.

É o único edifício que após a sua recuperação voltou a cumprir a sua função original, nele se celebra desde 1933 o Festival de Teatro Clássico.
As representações que naqueles tempos se realizavam no teatro não eram tão da preferência do público como os espectáculos do circo ou do anfiteatro. No teatro, construído com objectivos políticos, a autoridade da época realizava propaganda dela mesma e do modo de vida romano.

O nosso passeio foi agradável com os meninos a cantar no palco e esconderem-se entre as ruínas. Entre as colunas podemos encontrar uma série de esculturas, réplicas das originais que se encontram no MNAR.

Continuamos a nossa visita passando pelo Templo de Diana, bonito como o que existe na "nossa" Évora e assim denominado desde o século XVII.

No século XVI, aproveitando a sua estrutura, foi construído um palácio para o Conde dos Corbos, o que facilitou a preservação do edifício. Começou a ser escavado em 1972 e é um dos monumentos mais antigos da cidade e o único exemplar de arquitectura religiosa romana que perdurou em Mérida com um estado de conservação aceitável, destinava-se ao Culto Imperial.

Continuamos passeando em Mérida, conhecemos a sua Plaza Mayor, que no Domingo ao final da manhã, fervilhava de vida e de grupos de famílas ou amigos!

Os meninos já revelavam algum cansaço quando visitamos o Alcazaba.

A ocupação de Mérida pelo exército muçulmano, decorreu o ano de 713, a mando do general Musa ibn Nusayr. A construçao do Alcazaba finalizou em Abril de 835 e é a única edificação muçulmana que em Mérida se conservou até aos nossos dias. Neste recinto encontram-se vestígios de moradias e indústrias dessa época e que frequentemente aproveitavam materiais já utilizados por romanos ou visigodos.

No centro do recinto existiu uma mesquita construída sobre o Algibe, que se construiu no sub-solo, junto ao rio e possui uma dupla escadaria que desce até ao depósito de água e cuja entrada apresenta colunas laterais decoradas.

O recinto possui um perímetro quase quadrado e é contornado por muralhas com cerca de 2,7m de espessura e 10m de altura.

Cerca de 1230, Mérida é recuperada pelos Cavaleiros da Ordem de Santiago e que habitaram a zona norte da Alcazaba. 

Perto do Alcazaba e junto ao rio Guadiana encontramos a Área arqueológica da Moraria que não chegamos a visitar.

E sobre o Guadiana a ponte romana.

Almoçamos de novo perto do MNAR no restaurante "Museu Ibérico" (menú do dia 10 €/pax) e durante a tarde visitamos o "Centro de Interpretação e Escavação da Basílica de Santa Eulália", 

Sob o chão desta Igreja, encontramos uma zona de escavações, a visita inicia por um pequeno museu que permite compreender o significado histórico do lugar. 

Na entrada situa-se uma pequena capela onde se encontram várias peças que pertenceram ao a um templo romano dedicado a Marte - deus da Guerra.

Todos já vencidos pelo cansaço ainda continuamos a caminhada passando pelo circo romano que só avistamos por fora pois reabria às 17h, daí avistando o aqueduto de São Lázaro

Saímos de Emerita Augusta, onde fomos surpreendidos por tão belo património e continuamos rumo a Plasencia, no caminho fizemos os despejos na área de serviço para Acs de Cáceres (N39º28'50'' O 6º22'17'').
Em Plasencia estacionamos num parque de estacionamento junto ao Rio Jerte com uma localização fantástica, os meninos andaram de bicicleta e o nosso cão correu desalmadamente...


(Mérida Patrimonio de la Humanidad, 4ª Edición, 2010)